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Já dizia a propaganda de uma importante companhia brasileira de distribuição de combustíveis que “Todo brasileiro é apaixonado por carro”. É verdade. Quem nunca sonhou com um modelo esportivo ou de luxo, quem nunca idealizou dirigindo um carro de última geração por uma bela estrada ou mesmo teve boas recordações com um modelo do passado que marcou época ? O carro é uma das maiores expressões de liberdade que pode se materializar em um bem de consumo. Mais que um mero meio de transporte, o carro representa status e diz muito sobre o perfil do proprietário, “vestindo-o” de várias possibilidades: moderno, arrojado, prático, aventureiro, versátil, elegante, alternativo, esportista, inteligente, bem sucedido, racional etc.
Claro que na prática nem sempre essa promessa se realiza. É muito frustrante por exemplo estar em um engarrafamento e não conseguir desenvolver mais que 15 km/h sendo que a máquina teria condições de desenvolver muito mais que isso. Isso sem falar nos vários outros “efeitos colaterais” trazidos pelo carro, como despesas com IPVA, custos de manutenção, juros do financiamento, seguro, fora a poluição atmosférica. Mesmo sabendo de tudo isso, ainda nos permitimos deixar esses detalhes de lado e acreditar na promessa de felicidade trazida pelo automóvel.
Mas o que faz com que esse bem de consumo deixe de ser um simples meio de transporte e passe a ter tantas outras atribuições subjetivas ? A resposta é a Propaganda, que apresenta estas máquinas de uma maneira especial aos consumidores, de forma que estes passem a vislumbrar e desejar a realização dessas promessas de liberdade e felicidade. As estratégias usadas pelas montadoras são várias, e o discurso evoluiu muito em mais de 60 anos, mas todas as propagandas sempre culminam evidenciando que a vida seria bem melhor com um carro novo.
Propaganda de carro não é igual a propaganda de arroz, pasta de dente, geladeira, chocolate etc. Talvez a única exceção seja a margarina. Existe uma expressão no meio da Propaganda conhecida como “comercial de margarina”, que serve para designar aquela situação perfeita e idealizada de vida, com uma família harmoniosa, um dia ensolarado, uma mesa de café da manhã farta, uma casa aconchegante, enfim uma fração do paraíso que se abre para a classe média. Entretanto, a finitude e a acessibilidade dos bens de consumo não duráveis (a exemplo da margarina) consegue quebrar essa semelhança. Não adianta, margarina não confere status.
A propaganda automobilística consegue como nenhuma outra criar um vínculo de sentimento entre o consumidor e o produto. De todas as propagandas inclusas nessa pesquisa, merece atenção uma propaganda de revista do Fusca, de 1986. O título da propaganda diz: “Ás vezes o avanço tecnológico de uma empresa não está no que ela faz, mas no que ela deixa de fazer.”. Realmente uma propaganda especial. Não se trata de uma propaganda de lançamento, trata-se de uma propaganda de despedida. Uma estratégia rara, quase única. E, para merecer uma homenagem como essa, o produto tem mesmo que ser muito especial. É o caso do Fusca, que está no coração dos brasileiros e até já se tornou um sinônimo de carro. Quase todo mundo tem uma história especial para contar envolvendo o Fusca como coadjuvante ou mesmo artista principal. Aliás, existe até o Dia Nacional do Fusca, comemorado todo 20 de janeiro. Uma homenagem como essa não é para qualquer classe de produto. Também não é para qualquer carro.
E é para registrar e recordar a história desse interessante e curioso mundo da Propaganda Automobilística que surgiu a idéia desse site.
O principal objetivo deste site é COMPARTILHAR.
Compartilhar as milhares de propagandas dos automóveis brasileiros, catalogadas em um acervo particular de mais de 6.000 propagandas diferentes, provavelmente o maior acervo referente a esse tema no Brasil.
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